sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
O Manicómio
Andava numa praça cujo o nome é o do país que tem Santiago como capital. Viam-se senhores de meia-idade com bigodes farfalhudos e jovens trajando moda. No meio deste maranhal ouvi um senhor muito velhote gritar a plenos pulmões "este país é um manicómio em auto-gestão". Não percebo o porquê de tanto clichê e revolta, mas lá que tinha pinta...
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Os Recados
O altar do meu labirinto está na minha distracção
Um corpo que faz dos resíduos da memória um ganha pão
Tem uma corja de neurónios desamparados
Que no seu casulo centrifugam a solidão
O desalento mobiliza-me na penumbra do meu quarto
Sete palmos de terra que com o punho dilato
Percorro os meus buracos mumificados
Enquanto ao divino suplico “faz-me um retrato”
Cuspo mil cabos eléctricos
De cada vez
Que a luz teimo procurar
Passo dias retorcido
A olhar para o meu umbigo
Sem dar conta que me estou a cercar
Já sei que me achas o príncipe em si adormecido
Mas continuo quedo, não me vais ver esbaforido
Deixo-te a sós no degredo do teu canto
A ensinar os atalhos mais confusos a quem já está perdido
Mas por favor não me esbarres contra o mundo
Deixa-me ficar mais tempo neste muro
Não me pegues nas mãos para deitá-las à obra
Usa-as para me tapar os olhos e esquecer o futuro
Tu queres-me herói de quimera
A máquina da guerra
Contra o meu jeito invulgar
E eu passo dias turbulentos
Com densos pensamentos
Que a minha cabeça faz pesar
De tantas retrospectivas já não sei o que dizer
Estou certo que a nossa fermentação nunca há-de acontecer
Ai, somos como os palhaços
Caímos por querermos sapatos maiores que os nossos pés
Concluo que o nosso amor é dos que cresce nas árvores
Com o capricho de nos empoleirarmos nos nossos ramos
Contando evitar a queda
E não termos de sujar os pés na nossa raiz
Este infame modo de vida
Tende sempre a dar guarida
Ao hedonismo solitário
Vivemos os dias desatentos
Menorizando os movimentos
Que o outro tem no seu escapulário
Um corpo que faz dos resíduos da memória um ganha pão
Tem uma corja de neurónios desamparados
Que no seu casulo centrifugam a solidão
O desalento mobiliza-me na penumbra do meu quarto
Sete palmos de terra que com o punho dilato
Percorro os meus buracos mumificados
Enquanto ao divino suplico “faz-me um retrato”
Cuspo mil cabos eléctricos
De cada vez
Que a luz teimo procurar
Passo dias retorcido
A olhar para o meu umbigo
Sem dar conta que me estou a cercar
Já sei que me achas o príncipe em si adormecido
Mas continuo quedo, não me vais ver esbaforido
Deixo-te a sós no degredo do teu canto
A ensinar os atalhos mais confusos a quem já está perdido
Mas por favor não me esbarres contra o mundo
Deixa-me ficar mais tempo neste muro
Não me pegues nas mãos para deitá-las à obra
Usa-as para me tapar os olhos e esquecer o futuro
Tu queres-me herói de quimera
A máquina da guerra
Contra o meu jeito invulgar
E eu passo dias turbulentos
Com densos pensamentos
Que a minha cabeça faz pesar
De tantas retrospectivas já não sei o que dizer
Estou certo que a nossa fermentação nunca há-de acontecer
Ai, somos como os palhaços
Caímos por querermos sapatos maiores que os nossos pés
Concluo que o nosso amor é dos que cresce nas árvores
Com o capricho de nos empoleirarmos nos nossos ramos
Contando evitar a queda
E não termos de sujar os pés na nossa raiz
Este infame modo de vida
Tende sempre a dar guarida
Ao hedonismo solitário
Vivemos os dias desatentos
Menorizando os movimentos
Que o outro tem no seu escapulário
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
O Jogo do Copo
O nosso amor quase ardeu
Há quem diga que foi fogo posto
Anda vem comigo
Jogar ao jogo do copo
O nosso amor perdeu o espirito
Fugiu para além do corpo
Nada temos a perder
Começa a girar o copo
O nosso amor não tem manifestos
Assombrações de um tempo morto
Podemos não desistir
Não pares de olhar o copo
O nosso amor não vai morrer
Nem que fuja para além do teu corpo
Eu nunca te vou perder
Vou jogar ao jogo do copo
Há quem diga que foi fogo posto
Anda vem comigo
Jogar ao jogo do copo
O nosso amor perdeu o espirito
Fugiu para além do corpo
Nada temos a perder
Começa a girar o copo
O nosso amor não tem manifestos
Assombrações de um tempo morto
Podemos não desistir
Não pares de olhar o copo
O nosso amor não vai morrer
Nem que fuja para além do teu corpo
Eu nunca te vou perder
Vou jogar ao jogo do copo
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