quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vesgo

Um bando de optometristas de uma óptica cujo nome prima em escrever a palvra óptica com erros ortográficos estilo século XXI, visitou hoje a minha escola com o objectivo de fazer um rastreio oftalmológico a todos os alunos. Quando chegou a minha vez, um optmometrista sentou-me numa cadeira para me mostrar uma singela fotografia de uma árvore a ser focada/ desfocada. Enquanto isso ouvia duas outras optometristas ao meu lado a rirem e a combinarem um jantar ao qual se seguiria um encontro no Bairro Alto. Disseram-me que era melhor ir à clínica deles para pôr uma graduaçãozinha já que aparentava ter olhos de quem vê muita televisão. Confrontei-os com o facto de ser raro ver televisão e aí apontaram a leitura como a causa do meu défice visual (ao qual nunca deram o nome de uma doença específica). Apenas percebi que era o excesso de leitura provocava em mim uma elevada ausência de visão, e que essa era uma fragilidade que com certeza já tinha sentido no dia-a-dia. Apesar de nunca ter sentido fragilidade nenhuma ler fiquei inquieto com aquelas palavras, como que a tilintar entre uns óculos de massa e lentes de contacto coloridas. Mais descansado fiquei quando vi que na minha turma de 15 alunos todos saíram daquela sala com gravíssimos problemas visuais, sendo o astigmatismo agúdo o mais cobiçado, com oito novas aquisições que até aqui viviam a sua vida: lendo, vendo televisão e jogando computador sem qualquer dificuldade. Estará o astigmatismo a precisar de óculos ou estará a nossa conta bankária a querer provocar a crise?


PS: Já que falei em leituras, leiam o último da Rosa Montero que ando a ler desde que a Maria me recomendou. O pouco que já li foi tocante, e já que eu ando com pouco tempo para ler, façam vocês honra aos sábios conselhos da menina do Sol.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Atestado

Se subi foi à minha custa
Por isso eu posso escolher
Quando quero descer

As coisas que eu faço
São apenas o que são
As boas não são eternas
E as más são partes efémeras
Sem nenhuma desmedida dimensão

sábado, 11 de abril de 2009

João Nada

O grande João Nada acabou de me dar a honra de gravar comigo uma versão d'Os Metro, em português claro. Material orgânico, de total improviso em que um microfone no centro do meu quarto captou todos os intrumentos que nos fomos lembrando de tocar.Tocámos cavaquinho, caixa-chinesa, harmónica, melódica, adufe, pandeireta e kazoo. Ficou tudo num só take, para bem dos vizinhos.

Ajuda-me, estou perdido dentro de mim
Ajuda-me, não está cá mais ninguém
Amnésia, não tenho sequer lembranças
Ajuda-me, vem cuidar dos meus desejos

Ai quem me dera ter uma chance
E levar-te a rodar

Tudo o que eu penso é só parte da verdade
Ai Jesus, só digo merda
Cachopa, não temos a mesma língua
Ai Jesus, é melhor ficar calado


(letra original por Joey Modofoque)