quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vesgo

Um bando de optometristas de uma óptica cujo nome prima em escrever a palvra óptica com erros ortográficos estilo século XXI, visitou hoje a minha escola com o objectivo de fazer um rastreio oftalmológico a todos os alunos. Quando chegou a minha vez, um optmometrista sentou-me numa cadeira para me mostrar uma singela fotografia de uma árvore a ser focada/ desfocada. Enquanto isso ouvia duas outras optometristas ao meu lado a rirem e a combinarem um jantar ao qual se seguiria um encontro no Bairro Alto. Disseram-me que era melhor ir à clínica deles para pôr uma graduaçãozinha já que aparentava ter olhos de quem vê muita televisão. Confrontei-os com o facto de ser raro ver televisão e aí apontaram a leitura como a causa do meu défice visual (ao qual nunca deram o nome de uma doença específica). Apenas percebi que era o excesso de leitura provocava em mim uma elevada ausência de visão, e que essa era uma fragilidade que com certeza já tinha sentido no dia-a-dia. Apesar de nunca ter sentido fragilidade nenhuma ler fiquei inquieto com aquelas palavras, como que a tilintar entre uns óculos de massa e lentes de contacto coloridas. Mais descansado fiquei quando vi que na minha turma de 15 alunos todos saíram daquela sala com gravíssimos problemas visuais, sendo o astigmatismo agúdo o mais cobiçado, com oito novas aquisições que até aqui viviam a sua vida: lendo, vendo televisão e jogando computador sem qualquer dificuldade. Estará o astigmatismo a precisar de óculos ou estará a nossa conta bankária a querer provocar a crise?


PS: Já que falei em leituras, leiam o último da Rosa Montero que ando a ler desde que a Maria me recomendou. O pouco que já li foi tocante, e já que eu ando com pouco tempo para ler, façam vocês honra aos sábios conselhos da menina do Sol.